Construção está parada, mas em bolsa já triplicou

Foi um dos sectores mais afetados pela crise e continua a sê-lo. Desde obras paradas a falências, a construção já viveu dias melhores. No entanto, ironicamente, são as ações das construtoras que arrecadam as melhores prestações na bolsa de Lisboa e, a um mês de terminar o ano, já cimentaram a posição de melhores cotadas de 2013. Mota-Engil, Teixeira Duarte e Soares da Costa já triplicaram de valor desde o arranque do ano, têm vindo a fixar novos máximos e, juntas, já valem mais de mil milhões de euros. O denominador comum para esta performance é só um e chama-se África.“As principais razões são as fortes quedas das cotações nos últimos anos, devido aos passivos acumulados e diminuição da atividade de construção interna”, afirma Pedro Lino. O CEO da Dif Broker salienta ainda que “a forte exposição das empresas portuguesas a mercados emergentes, como o africano e o da América Latina, está a impulsionar as cotações do sector juntamente com a perspetiva de estabilização da economia portuguesa”. O gestor da Biz Valor, Frederico Antão, é mais taxativo na explicação da forte performance das três construtoras cotadas: “O denominador comum à recuperação das principais construtoras portuguesas é África, designadamente Angola”.
A análise individual coloca a Mota-Engil no primeiro lugar do pódio, com as ações a acumularem uma valorização de 189% em 2013. Com uma capitalização bolsista de 918 milhões de euros, a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins viu o seu valor de mercado aumentar em 597 milhões nos últimos 11 meses. Além da intenção de cotar a subholding africana na Bolsa de Londres, José Mota Freitas, analista do CaixaBI, salienta os três pontos fulcrais para esta performance: “Crescimento elevado e sustentado do volume de negócios em África; crescimento do volume de negócios na América Latina a ritmo elevado; e o desanuviar da perceção das tensões macroeconómicas portuguesas por parte da comunidade financeira nacional e internacional”.

 http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/CIECO298010.html


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